CABO FRIO: PIONEIRA NO PAÍS NA CRIAÇÃO DE COMUNIDADE PARA TRATAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS A FUNCIONAR COM RECURSOS PRÓPRIOS
Todos
os dias, no meu caminho para o trabalho, passo por uma avenida em cuja
margem, já chegando na região central da cidade, encontra-se parte de
nossa terrível cracolândia. Já de manhã bem cedinho e aquelas pessoas
ali, perdidas de si mesmas, entregues totalmente ao poderio da droga, à
margem da vida.
Hoje
observei e fiquei refletindo: como pode um poder público, uma
prefeitura, permitir esse tipo de coisa dentro de seu município? Há
tantos anos que vivemos esta situação em Belo Horizonte, reportagens e
mais reportagens na TV, nos jornais, e nenhuma atitude por parte do
Poder Público. Daí lembrei da matéria abaixo, e resolvi publicá-la aqui
neste blog como divulgação para que, quem sabe, outras cidades possam se
sensibilizar com a ideia e investir em projeto semelhante.
A
cidade de Cabo Frio certamente será a primeira cidade no país a ter uma
Comunidade Terapêutica para tratamento de dependentes químicos com
recursos próprios! Parabéns! Com certeza será um primeiro passo de suma
importância para atacar o problema das drogas de uma forma mais realista
e mais efetiva.
Que
os prefeitos das cidades que sofrem com este grave problema possam se
inteirar melhor deste projeto e adaptarem algo semelhante em seus
municípios, pois o problema da dependência adquiriu proporção gigantesca
e tornou-se um grave problema social que atinge diversas áreas, como
saúde, assistência social e segurança pública.
Não
basta ignorar, não basta mudar de caminho ou se acostumar com um fato
tão degradante, passando a enxergá-lo simplesmente como algo comum nos
dias de hoje.
Vale ler a matéria abaixo:
Luciana G. Rugani
Cabo Frio ganha Comunidade Terapêutica para tratamento de dependentes químicos
Comunidade ficará no Alecrim e será a primeira a funcionar no país com recursos próprios
Oferecer
um ambiente seguro e acolhedor que facilite a socialização e a busca de
equilíbrio no tratamento de dependentes químicos. Esse é o objetivo da
Comunidade Terapêutica que a Prefeitura de Cabo Frio, através da
secretaria Municipal de Prevenção ao Uso de Drogas, vai criar no bairro
Alecrim. Será a primeira Comunidade Terapêutica pública do país a
funcionar com recursos próprios, já que este tipo de tratamento só é
oferecido hoje à população através da rede particular de saúde.
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Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) cerca de 5% da população
mundial – 200 milhões de pessoas – entre 15 e 64 anos de idade, consomem
algum tipo de droga ilícita ao menos uma vez no ano. O Brasil está
entre os países onde este problema ocorre com maior intensidade, daí a
importância da sua prevenção e o enfrentamento com a adoção de políticas
públicas e ações articuladas que minimizem as conseqüências do tema em
questão, bem como a conscientização da população, diz a secretaria Cris
Mansur.
Comunidade
Terapêutica é um modelo residencial de tratamento da dependência
química, que utiliza como método, a experiência de vida e a convivência
em uma cultura saudável organizada como uma micro-sociedade. Ao todo
serão disponibilizados 75 leitos, sendo 50 para homens e 25 para
mulheres. Sua estrutura (organização social), seus moradores
(funcionários, residentes e profissionais da área de saúde) e sua rotina
de atividades diárias (recreação, palestras, reuniões, trabalhos) serão
preparados para facilitar o tratamento, a aprendizagem e a recuperação
do interno.
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Nosso objetivo é minimizar os danos provocados por este grande mal da
sociedade e os problemas que se agravam a cada dia, interferindo no
desenvolvimento dos indivíduos, principalmente na vida de jovens e
adolescentes, alerta.
A
Comunidade Terapêutica do Alecrim terá clínico geral, neurologista,
atendimento odontológico, psicólogo, psiquiatra, enfermeiros, monitores,
biblioteca, espaço para terapias em grupo, academia de ginástica,
lavanderia, campo de futebol, quadra de vôlei, hidroginástica, salão de
jogos e cursos profissionalizantes nas áreas de hotelaria, culinária,
artesanato, eletricista, entre outros. Todos os dormitórios têm banheiro
para os internos. Além disso, um dos alojamentos será adaptado com 6
leitos para receber portadores de necessidades especiais.
Na
Comunidade Terapêutica, além de receber todo o atendimento necessário
para sua recuperação, o interno precisa trabalhar. Eles formam a
mão-de-obra para o cultivo de hortaliças, criação de animais e
fabricação de pães e bolos numa mini-padaria. Todos os alimentos são
para consumo próprio. A transformação biopsicossocial e espiritual
envolve o aprendizado de novos valores, comportamentos, capacidades e
responsabilidades, gerando os instrumentos necessários para a reinserção
social. Segundo especialistas, o trabalho realizado incentivar o
usuário a retomar suas relações familiares e atividades profissionais.
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O objetivo é tratar o transtorno do indivíduo, mas também proporcionar
uma transformação no estilo de vida e na construção de uma identidade
cidadã, conclui Cris Mansur.
Texto: Alexandra de Oliveira e Marcelo Velloso / Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Prevenção ao Uso de Drogas
Exemplo para o Brasil.
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