“Ninguém fofoca sobre as virtudes dos outros”.Bernard Shaw
A fofoca é uma dos hábitos mais nocivos que pode existir. Na vida pessoal causa prejuízos, algumas vezes, irreparáveis e no ambiente de trabalho a situação não é muito diferente. Uma palavra dita e mal interpretada pode acabar resultando em muita dor de cabeça.
Em primeiro lugar vamos tentar definir o que é fofoca: É a intriga, é a distorção premeditada de uma informação. Para alguns é um divertimento sem importância e para outros, que se sentem vítimas, pode ser uma forma de vingança, promovendo o mal. Nos dicionários encontramos a definição da palavra fofoca como "uma afirmação não baseada em fatos concretos com a intenção de enganar ou transmitir falsa impressão de uma pessoa, algum acontecimento ou fato ocorrido".
Segundo pesquisa realizada pelo LinkedIn, rede profissional da internet, o que mais irrita os brasileiros no ambiente corporativo é a fofoca excessiva. Dos profissionais que participaram do levantamento no Brasil, 83% escolheram este item contra uma média global de 62%. Além disso, estudos afirmam que o hábito de fofocar, parte de pessoas que possuem baixa autoestima, que sentem prazer em jogar umas pessoas contras as outras, que faz de tudo para conquistar novas alianças, possui grande inveja de pessoas que estão alcançando o sucesso e não sabem lidar com suas frustrações. Aliás, a inveja é o par perfeito da fofoca.
Não se sabe exatamente quem, quando e muito menos como se inicia uma fofoca. A única coisa certa é que ela se prolifera em uma incrível velocidade e que está sujeita a uma série de acréscimos de informações não checadas.Simples rumores, baseados em suposições e achismos, ganham status de verdade. Sem dúvida alguma, fofoca é como uma bomba, prestes a detonar qualquer profissional, sua reputação e principalmente o ambiente de trabalho. Quem está saindo com quem, quem vai ser promovido e quem vai ser demitido são os temas preferidos na boca do “leva-e-traz”. Na maioria das vezes, o tititi vem junto com a deixa “não conte pra ninguém”, que nada mais é do que a senha para passar o conto adiante, aumentando um “ponto”, é claro.
Agora, a pergunta que não quer calar: Por que o ato de fofocar satisfaz tanto algumas pessoas ? Elementar. Só existe fofoca porque existem dois personagens: o fofoqueiro e a plateia. Nesse sentido, tanto é fofoqueiro quem fala, como aquele que se disponibiliza a escutá-lo. Ambos são personagens que infectam qualquer local em que estejam. Afinal, quem tem o que fazer, não tem tempo para conversa fiada. Uma pessoa, ao fazer fofoca, normalmente está em conflito consigo mesma. Medo de perder o emprego, medo de ser humilhado e desvalorizado. A pessoa que se promove por meio de fofocas geralmente quer atenção e se concentra em malefícios de terceiros para que possa se promover. Normalmente é inseguro, e precisa denegrir o outro para obter sucesso. Dessa forma manifesta suas insatisfações com a empresa, superiores e colegas, por meio da agressividade. A fofoca seria esta válvula de escape.
Todo ambiente de fofoca é improdutivo e tenso. O pior de tudo é que as pessoas que fofocam de outras pessoas em sua frente, serão as mesmas que falará de você pelas costas. Às vezes, o fazem por gostar do sentimento de superioridade, presunção, vingança ou de schadenfreude – (palavra de origem alemã que significa satisfação obtida com a desgraça alheia). É um verdadeiro telefone sem fio onde cada um se sente no direito de incluir suas impressões pessoais sobre o fato em questão, portanto não deve ser tratada com naturalidade, como se fosse algo corriqueiro e inevitável.
É claro que não podemos ser tão radicais e deixarmos de valorizar as conversas para descontrair a rotina do trabalho já que muitas das vezes o profissional passa mais tempo no trabalho do que em casa. O problema é a linha que determina o limiar quando essas conversas deixam de ser simples e começam a especular a vida alheia com comentários maldosos.
Mas, será que existe algum tipo de antídoto contra a fofoca ? É difícil, mas eu diria que existem algumas fórmulas para anularmos os fofoqueiros.
1) Saber distinguir é fundamental. Questione-se: é verdade? O que vou ganhar com isso? Irá acrescentar algo para mim ou para a empresa? Proporcionará melhoria no ambiente?
2) Em ambiente de trabalho, trate somente de assuntos profissionais. Evite falar sobre sentimentos e intimidades;
3) Caso você precise desabafar, escolha uma pessoa em quem você confia, bem como o local e o horário adequados;
4) Mantenha distância daquelas pessoas que,entre um cafezinho e outro, apreciam comentar sobre a vida alheia.
5) Uma ótima saída é dizer: “não falo nem ouço falar de pessoas ausentes. Vamos falar de nós?”. Isso funciona como uma “navalha” na língua do fofoqueiro.
Bem, de modo geral, vale a premissa de todos os tempos: Cultive um bom relacionamento com seus colegas de trabalho. Maturidade e postura profissional também são fundamentais. Para que seja ético no trabalho é preciso antes de tudo ser honesto em qualquer situação, nunca fazer algo que não possa assumir em público, ser humilde, tolerante e flexível. A adoção de princípios éticos e comportamentais reflete o tipo de pessoa que somos.
“Abençoadas serão as suas palavras sempre que você fale situando-se na posição dos ausentes ou no lugar dos que lhe ouvem a voz” ( Chico Xavier)
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