O NASCIMENTO DE UM
ESCRITOR
Por Luciana Gonçalves Rugani
Era primavera do ano de 2016.
Rômulo Alípio vivia seus dias entre os
cuidados com a tia acamada, seus passeios ciclísticos junto à natureza e suas
poesias. Era um apaixonado pela natureza! E para ela eram dedicados seus
versos. Escrevia muito. Suas poesias eram postadas em uma rede social onde
convivia com amigos, muitos deles ainda desconhecidos. Fazia poesias para as
casuarinas, para a lagoa, para um simples pôr do sol, enfim, seu olhar captava
os mais belos lances da natureza e sua mente os traduzia rapidamente em textos
poéticos. Talvez por isso sua página na rede social era muito agradável, pois
as poesias eram ilustradas com lindas fotos que ele mesmo tirava.
Certo dia, adicionou em sua rede uma
amiga de seu irmão que se chamava Lucinda e que também escrevia poesias.
Apresentou a ela seus posts poéticos feitos diariamente ou até várias vezes por
dia. Lucinda, também apaixonada pela natureza da região, gostou muito, percebeu
em Rômulo a sensibilidade para a poesia e o amor à natureza e resolveu
incentivá-lo a participar de uma antologia literária.
Rômulo, a princípio, ficou um pouco
receoso, pois sua formação na área de Ciências Exatas deixava-lhe inseguro para
arriscar-se no campo das letras. Mas Lucinda insistiu dizendo a ele que
simplesmente deixasse fluir em forma de palavras aquilo que ele sentia pela
natureza. Bastava isso para que pudesse participar da antologia: poetizar!
Um belo dia, Rômulo estava no posto de
gasolina abastecendo seu carro. Enquanto aguardava o frentista, observava a
paisagem ao seu redor e eis que, de repente, vislumbrou no céu um belo
arco-íris. Lembrou-se da sabedoria popular que diz que quando um arco-íris
brilha no céu significa que todos os sonhos se realizarão.
No mesmo instante, veio à sua mente o
pedido de Lucinda para que participasse da antologia literária. Pensou: “Vou
participar da antologia. Não sei se ainda aceitarão minha participação, pois o
prazo já terminou, nem sei se gostarão de minha poesia, mas vou tentar!”.
Rapidamente, pegou um bloco no porta-luvas do carro e, como o tema era
“flores”, começou a escrever qualidades das flores e logo estava pronta sua
poesia.
E foi assim que Rômulo se inscreveu e
teve sua primeira participação literária publicada em um livro de antologia.
A partir daí, Rômulo entusiasmou-se.
Foram embora todos os receios e ele dedicou-se de corpo e alma à poesia
publicando vários livros em pouco tempo. Fez novas amizades com pessoas do meio
literário, conheceu editores e escritores. Veio a conhecer Lucinda pessoalmente
por ocasião do lançamento do livro da antologia.
E não é que, entre os escritores e novos
amigos que conheceu, Rômulo encontrou o amor de sua vida? Sim! Rômulo conheceu
Rosa, escritora e professora que também participou da mesma antologia.
Rômulo encontrou-se na poesia. Sua vida
ficou mais plena, mais alegre. Hoje já é conhecido escritor em sua região,
inclusive fazendo parte, juntamente com sua amada e também com Lucinda, da
academia de letras da cidade.
Interessante em toda essa história é
observar como as coisas fluem naturalmente quando estão predestinadas a
acontecerem. Rômulo, antes solitário, tendo como companheira a natureza tão
amada, acostumado a lidar com números e cálculos, de repente viu-se como que em
um rio, sendo levado por suas águas até o mar das letras e da poesia. Como um
rio virtual que chega até o mar da concretização dos sonhos e desejos!
A história de Rômulo, suas conquistas e
vitórias, foram possibilitadas pelo maravilhoso mundo virtual da internet. É
uma prova de que virtual é apenas o meio utilizado para que pessoas reais
busquem aquilo que as preencham e de que o mundo virtual será aquilo que dele
fizerem. Quando utilizadas como
instrumento para crescimento e evolução de um ser humano, as redes sociais
fazem esplendorosos milagres! Possibilitam que atinjamos pontos antes nunca
imaginados, cruzam destinos, abrem caminhos.
Rômulo mudou seu foco, ampliou seu mundo.
Aos seus amigos costumava dizer que “As redes sociais são como o mar, e nós
somos os navegadores deste mar. Este mar me tirou do quarto e me levou para o
mundo. Ganhei asas, e hoje posso voar”.
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