Pular para o conteúdo principal

PRÊMIO TEIXEIRA E SOUSA DE LITERATURA 2023 - POEMA: "SAL EM MEMÓRIAS"

Hoje saiu a publicação, no diário oficial do Município de Cabo Frio - RJ, do resultado final do Prêmio Teixeira e Sousa de Literatura, ano 2023, concurso literário promovido pela Secretaria de Cultura - Secult, da Prefeitura de Cabo Frio.
Pela segunda vez, participo deste concurso literário. Na primeira vez, em 2022, o tema foi "De Teixeira e Sousa à Elza Soares - Crítica Social no Planeta Fome". Fui classificada em 9º lugar e participei da antologia lançada com os dez melhores poemas. Nesta edição de 2023, o tema foi "Memória das Salinas na Região dos Lagos". Tive a  alegria de ser contemplada com o 3º lugar, na categoria geral, e no gênero literário "poema". Foi a edição recorde no número de inscritos, sendo, na categoria geral, 72 inscritos, enquanto que, no ano passado, foram 34. E, além disso, neste ano houve a inclusão dos gêneros "conto" e "crônica", o que fez com que o número de poemas, a constar na antologia que será publicada, passasse para 5 poemas, enquanto que, no ano passado, quando havia somente o gênero "poema", foram 10 poemas publicados.
Nesta edição, portanto, a dificuldade foi muito maior e, por isso, é ainda mais gratificante para mim essa conquista. Minha caminhada literária tem sido construída com muito esforço, sempre superando as dificuldades e insistindo em seguir em frente, portanto participar e ser classificada é, para mim, extremamente significativo! Estou muito feliz por mais essa vitória!


Sal em memórias

Sal do mar
que à terra salga.
Diversidade é sabor,
secularidade das mãos que tocam,
tempero de seu labor.

A brisa roda o moinho,
faz o passado presente.
O grânulo, na água, esparge o brilho.
Nele, mergulho silente.

Sal do mar
que à terra salga.
Sal da terra originária,
tesouro de Gecay,
riqueza da culinária.

Um giro a mais do moinho
faz-me, no tempo, avançar.
Vejo o branco da montanha
e o negro a labutar.

Sal do mar
que à terra salga.
Vejo surgir o ouro branco
carregado, ensacado
e os negros..."Coroados".

Sal do mar
que à terra salga.
Esperança do pai a cuidar
“Pra vida de gente levar”.
Vida salgada demais pra herdar.

Sal do mar
que à terra salga.
Salina a gerar cidade.
Para uns, prosperidade.
A outros, insalubridade.

Gira, por fim, o moinho,
faz o presente voltar.
Água que vira sal na salina
Não mais ao sol secar.

Sal do mar
Que à terra salga.
Ouço Bituca a cantar,
em notas, eternizar:
“Água vira sal lá na salina,
Quem diminuiu água do mar?”.

Sal do mar
que à terra salga.
Deixa vir água do mar,
moinho de vento girar
e a lembrança salinar.

Luciana G. Rugani

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

4ª EDIÇÃO DO BARALHARTE - DISCUSSÃO DE TEMAIS DA ATUALIDADE

Ontem, sábado, aconteceu a 4ª edição do BARALHARTE!  Trata-se de um encontro de debatedores sobre quatro temas atuais, representados pelos quatro naipes do baralho e por quatro regiões diferentes de nosso país. Cada debatedor leva um tema que será debatido pelos demais e também por convidados presentes. Os debatedores desta edição foram eu, Luciana, representando o estado do Rio de Janeiro, Gilvaldo Quinzeiro, representando o Maranhão e Amaro Poeta, representando Pernambuco. Fernanda Analu, representando Santa Catarina, em razão de um compromisso de última hora, não pôde participar. Mas contamos também com as convidadas Mirtzi Lima Ribeiro e Valéria Kataki e com os convidados Hairon Herbert, Julimar Silva, Ricardo Vianna Hoffmann e Tarciso Martins. Agradeço a Gilvaldo Quinzeiro pelo convite e pela oportunidade de participar de um encontro tão engrandecedor, oportunidade que temos para aprender muito sobre variados assuntos. Cliquem abaixo para assistir: Luciana G. Rugani

CANÇÃO DO IRMÃO AUSENTE (PRECE DO AMOR)

por Luciana G. Rugani - A oração alimenta a alma e a boa música eleva nossos sentimentos. E quando temos ambas, unidas em uma só obra, que maravilha não fica! Quando a musicalidade é a própria prece, o efeito de paz em nosso ser é imediato. Fiquem hoje com essa joia, esse louvor encantador na voz de Elizabeth Lacerda. Cliquem no vídeo abaixo para ouvir: Canção do Irmão Ausente Como estiveres agora Nosso Bom Deus te guarde Como estiveres pensando Nosso Bom Deus te use Onde te encontres na vida Que Deus te ilumine Com quem estejas seguindo Nosso Senhor te guie No que fizeres tu Peço ao Bom Deus Que possa te amparar E em cada passo teu A Mão de Deus Irá te abençoar Como estiveres agora...

POEMA: DIREITOS HUMANOS

Direitos Humanos Humanos não parecem ser Os que a vida vivem a abater. Humanos não parecem ser Os que a liberdade insistem em tolher. Humanos não parecem ser Os que a equidade negam reconhecer. Vida, com dignidade, Liberdade, com respeitabilidade, Respeito à diversidade, Educação, com qualidade. Quesitos de uma sociedade Que reconhece a humanidade. Não há que ser humano direito Para um direito humano merecer. Ser perfeito não é o preceito  Basta apenas o ser! Será mera utopia Em meio à distopia? Direitos humanos, como há de ser Onde há mais desumano que humano ser? Luciana G. Rugani Acadêmica da Academia de Letras e Artes de Cabo Frio - ALACAF e da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia - ALSPA  2/9/22