Tento entender essa personalidade que carrega um
fardo tão pesado munido de uma máscara que para os que passam, adoram,
mas para os que ficam, se assustam (para não dizer que se apavoram).
Para
o vaidoso – também conhecidos como personalista, ou egoísta – são
muitas suas formas de comportamento, mas para ele é algo normal a ponto
de acreditar que seu mundo é tão real quanto o chão que pisa, e para
manter tudo isso acarretam quase sempre em perturbações no seu grupo de
convívio pois não aceitam em hipótese alguma criticas mesmo que
fundamentadas em amor e intenções de boa educação.
A
indisciplina reina absoluta e seus interesses devem ser atendidos de
imediato. Jamais aceitam suas obrigações mesmo que perante a lei e se
revoltam se questionados dos deveres não cumpridos já que são contra
todos àqueles que o advertem – tudo em nome da postura, mesmo que viva
entre escombros que vão se acumulando após tempos de falsa glória.
Quando
se deparam com as portas fechadas, bajulam os queridos na certeza que
serão ajudados, e realmente são pois para os queridos, nada mais é do
que um ato de caridade.
O amor dos queridos é
amparo, é bem querer, é cuidar deste mesmo que perdido em meio a tanta
ilusão, eles não desamparam. Mas para um vaidoso é apenas mais uma
chance de benefício próprio e crer num falso poder que continua a
acumular ainda mais escombros e desta vez, trazendo consigo injustamente
aqueles que estendem a mão ao menor pedido.
É
exaustivo assistir incansáveis voltas ao redor do nada – se é que
podemos chamar de “nada” pois as consequências são muito reais, trazem
lições que mesmo escancaradas, não são aprendidas ou são ignoradas, e
ainda vemos queridos dispostos a continuar cooperando e alimentando um
castelo de ilusões.
Como é possível fazer do amor um circo dos horrores como num pesadelo que nunca termina?
Me
faz crer que um personalista não sabe de fato o que o amor, pois este,
verdadeiro como conhecemos do Coríntios XIII, de fato não tem nada a ver
com isso. O amor respeita os limites, o próximo, preza a gratidão e o
entendimento mutuo do meio que se convive. O amor é caridoso, é bondoso e
não tem nada a ver com as atitudes inconseqüentes de uma mente vaidosa.
Não há o que justifique sacrificar uma vida inteira de esforços e
privações em nome de uma postura falsa e completamente sem fundamentos, e
mais triste ainda, é ver este ego alimentado da inocência dos que amam
de verdade.
No entanto, por mais que se esforce
para manter a máscara e a postura intacta, a Vida providencia os
ensinamentos necessários, e quanto mais insistir em viver nas sombras
das ilusões, mais distante ficará da paz que mora nos corações dos que
buscam o entendimento. Aqueles que tem coragem de olhar para dentro de
si mesmo, providenciam a auto-educação fundamentada nos ideais de
Cristo. É nosso dever fazer a nossa parte.
(inspirado
de trechos extraídos dos textos do Livro: CIRURGIA MORAL, JOÃO NUNES
MAIA Espírito: LANCELLIN, e “Personalismo”, de Ney P. Peres)
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