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DIÁRIO CABOFRIENSE: MEIO AMBIENTE: INTEGRAÇÃO NATUREZA-SOCIEDADE

Minha coluna de hoje no jornal "Diário Cabofriense". Abaixo da foto, segue o texto para mais fácil leitura:

Semana passada foi comemorada a Semana do Meio Ambiente, em função do dia 5 de junho que, em 1972, foi declarado pela ONU como o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Toda data comemorativa busca chamar nossa atenção para determinado tema em prol de maior reflexão sobre sua importância, sob os mais diversos focos. Geralmente há comemorações, eventos, palestras, ações, etc., sempre com objetivo de divulgar o tema, estudar e refletir. Mas, considerando a presença constante do meio ambiente no nosso dia a dia, digo que todo dia é dia do meio ambiente. Vivemos no meio, interagimos com ele a cada instante, somos parte do mesmo, portanto todo dia é dia de buscarmos hábitos mais saudáveis e que sejam menos danosos ao nosso ambiente.
Certa vez li um estudo no periódico "Pesquisa em Educação Ambiental" (periódico semestral envolvendo pesquisadores de três instituições universitárias do Estado de São Paulo) que descrevia o conceito de meio ambiente baseado em três concepções diferentes: concepção naturalizante; humanizante e integradora. A concepção naturalizante diz respeito ao entendimento de que o meio ambiente significa a natureza intocada; humanizante o vê como meio de obtenção de recursos naturais para sobrevivência do ser humano e a concepção integradora o vê como um meio integrado entre a natureza e a sociedade.
Eu simpatizo mais com a terceira vertente, pois entendo que preservação pode ser conciliada com presença humana, desde que esta presença se faça de forma sustentável, ou seja, que o ser humano busque a satisfação de suas necessidades, mas sem comprometer os recursos ambientais para as gerações futuras.
Com base nessa visão, ou seja, considerando o ser humano como parte do meio em que se vive, digo sempre que o homem precisa ver-se dessa forma, ver-se parte do todo e, assim, ter empatia para com o outro que também é parte do meio, seja este outro uma pessoa, um animal, uma planta ou um oceano. Ter empatia é colocar-se no lugar do outro, sentir aquilo que o outro sentiria em função de nossa atitude para com ele.
O compreender e o entender passam pela esfera da razão. É importante entender, compreender a repercussão, no meio ambiente, das atividades que realizamos. Hoje em dia nossa sociedade possui ampla fonte de informações que podem levar a esse entendimento, mas mesmo assim os hábitos danosos continuam acontecendo.
Por isso eu creio que a mudança para hábitos de vida mais saudáveis, que possibilitem maior preservação e cuidado com todo o meio ambiente, passa pela transformação do sentir. É aprender a sentir o outro, sentir o meio em que se vive, abandonar a visão individualista e abrir os olhos da alma para o ser que está ao seu lado. É desenvolver aquela nossa faceta que ficou guardada, bloqueada pela prevalência da luta diária pela sobrevivência, que se mostrava mais presente em nossa infância, onde o sentir era o maior meio de expressão. Mas desenvolvê-la aliada ao saber, à noção de responsabilidade com o nosso agir e suas consequências.
É sentir o amor, a solidariedade, a compaixão e parar de bloqueá-los em nossa vivência diária. Não ter vergonha de amar e expressar o amor. E estender este amor através da visão de nós e do outro como partes do mesmo meio, sabendo que aquilo que hoje prejudica o outro ser, de alguma forma nos prejudicará também, seja a curto, médio ou longo prazo. Voltará para nós de alguma forma, pois somos parte do mesmo todo.
Consciência é tudo: consciência com o meio ambiente, consciência com o outro, consciência com a Vida. No mundo atual, se pensarmos bem, os problemas estão acontecendo de tal forma que somos chamados a todo instante para o desenvolvimento de ações coletivas como meio de minimizá-los, isso em todas as áreas. A cada dia é preciso mais compartilhamento, colaboração e união por parte das pessoas para cuidar do meio em que se vive, pois o poder público sozinho já não é capaz de mantê-lo em perfeitas condições.
Que possamos aproveitar esta data comemorativa que passou para refletirmos em relação ao nosso modo de agir junto ao outro, seja este outro um ser da natureza ou outra pessoa, e em nosso modo de interagir com o meio ambiente, para que busquemos fazer nossa parte, dar nossa contribuição para a melhoria do TODO que nos pertence, por empréstimo do Criador, e ao qual, por sua vez, todos nós pertencemos.

Luciana G. Rugani

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