Pular para o conteúdo principal

ENQUANTO ADMIRAVA AS ESTRELAS

por Luciana G. Rugani - semana passada, enquanto admirava as estrelas, eu pensei no quanto elas revelam o mistério da infinitude do Universo, posto que são infinitas moradas do Criador. Observando tudo de mais simples que há na natureza, é incrível como se abre nossa percepção e como que conseguimos enxergar as coisas de forma mais profunda e ampla. 
Hoje encontrei este texto de 2010, do autor Rafael de Paula, e ele veio totalmente ao encontro de minha reflexão. Parece até aqueles "acasos" que não são acasos. Vale a pena ler, maravilhoso e sábio:

SOBRE O TEMPO E AS ESTRELAS NO CÉU
por Rafael de Paula 
Blog "O Boteco das Ideias"

Hoje eu percebi que há muito tempo eu não olhava as estrelas no céu. Via algumas mais azuis, outras mais brancas, outras mais vermelhas, e me perguntei: Elas sempre foram assim, meio que, digamos, coloridas? Achei-as tão bonitas, tão serenas, que tranquilizaram meu espírito tão inquieto, ansioso e até impaciente. Mas me pergunto: se o céu está sempre ali, tão evidente, tão grandioso e tão disponível ao simples olhar, porque há tanto tempo eu não o observava? Porque o simples ato de parar e admirar aqueles pequenos pontos brilhantes do céu tem ficado, para mim, cada vez mais raro?
É o parar de perceber essas pequenas coisas do mundo, essas sutilezas da vida, essa tal de “essência” das coisas, que me dá mais medo. Quando essas coisas passam despercebidas é porque ou tudo tem passado rápido demais ou a gente perdeu a sensibilidade para algumas coisas não apenas importantes, mas fundamentais. Um sorriso, um abraço, um aperto de mão, uma conversa frívola, uma “prosa ruim”, escutar música por escutar. São todas estas coisas tão pequenas e tão magnânimas ao mesmo tempo! Como? É simples: são coisas que remetem àquilo que temos de mais puro, mais sincero e mais simples. Aí volto a usar a palavra essência: essas coisas nos fazem lembrar daquilo que é essencial, mas ainda assim insistimos em esquecer ou em ignorar.
Se não damos atenção às estrelas do céu, à paisagem da janela, à uma viola velha que chora sozinha na madrugada, ao som do mar, à fluidez de um rio, quem dirá das sutilezas do ser, daquilo que há de mais feliz ou mais triste no outro? Afinal, é nessas pequenas coisas que conhecemos e entendemos os outros e alcançamos, da forma mais sublime, os seus sentimentos mais sinceros e intensos.
E enquanto admirava as estrelas, refletia sobre coisas da minha vida, e nesse breve devaneio oscilei entre tristeza e alegria, serenidade e ansiedade, medo e coragem. Nesse átimo, percebi que o tempo é, definitivamente, relativo. Podemos fazer coisas importantíssimas em alguns poucos segundos ou passar uma vida inteira sem fazer absolutamente nada, com a doce ilusão de estar fazendo muito. Podemos entender o mundo em um instante de inspiração, enquanto podemos, por muito tempo, ignorar aquilo que é realmente importante.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

4ª EDIÇÃO DO BARALHARTE - DISCUSSÃO DE TEMAIS DA ATUALIDADE

Ontem, sábado, aconteceu a 4ª edição do BARALHARTE!  Trata-se de um encontro de debatedores sobre quatro temas atuais, representados pelos quatro naipes do baralho e por quatro regiões diferentes de nosso país. Cada debatedor leva um tema que será debatido pelos demais e também por convidados presentes. Os debatedores desta edição foram eu, Luciana, representando o estado do Rio de Janeiro, Gilvaldo Quinzeiro, representando o Maranhão e Amaro Poeta, representando Pernambuco. Fernanda Analu, representando Santa Catarina, em razão de um compromisso de última hora, não pôde participar. Mas contamos também com as convidadas Mirtzi Lima Ribeiro e Valéria Kataki e com os convidados Hairon Herbert, Julimar Silva, Ricardo Vianna Hoffmann e Tarciso Martins. Agradeço a Gilvaldo Quinzeiro pelo convite e pela oportunidade de participar de um encontro tão engrandecedor, oportunidade que temos para aprender muito sobre variados assuntos. Cliquem abaixo para assistir: Luciana G. Rugani

POESIA PARA DUAS IRMÃS

Duas irmãs, Dois corações, Duas almas que trilham o mesmo caminho: de amor, fé e união. Impossível tratar aqui só de uma delas, Suas histórias se completam. Nos olhos de uma vejo a alegria que se estampa no sorriso da outra, No abraço de uma sinto o acolhimento que se estende à presença da outra. Duas almas plenas de sensibilidade, Que sabem amar e viver com alegria, Que sabem cultivar a luz nos seus dias, E, ainda que chegue a noite, Será sempre iluminada pelas estrelas. Porque a escuridão nada é, Perante a força que emana dessa união. Luciana G. Rugani

POEMA CIGANO

Navegando pela internet encontrei uma música cigana francesa simplesmente maravilhosa: "Parlez Moi D'elle", cantada por Ricão. Encontrei também um poema cigano encantador! Escolhi ambos para compor essa minha postagem que fica como uma singela homenagem ao povo cigano. Abaixo da foto segue o vídeo com a música e o poema logo abaixo. Assistam ao vídeo e leiam o poema. São maravilhosos! POEMA CIGANO Sou como o vento livre a voar. Sou como folha solta, a dançar no ar. Sou como uma nuvem que corre ligeira. Trago um doce fascínio em meu olhar. Sou como a brisa do mar, que chega bem de mansinho. Sou réstia de sol nascente, sou uma cigana andarilha. O mundo é a minha morada, faço dela minha alegria. A relva é a minha cama macia, meu aconchego ao luar. Acendo a luz das estrelas, salpico de lume o céu. Sou livre, leve e solta, meu caminho é o coração. Sou musica, sou canção, sou um violino à tocar. Sou como fogo na fogueira, sou labaredas inquietas. Sou alegre, sou festeira, trago...