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AS RELAÇÕES ENTRE CAPITALISMO, NEOLIBERALISMO E PROBLEMAS SOCIAIS

Sexta-feira (4), foi publicado no Blog do Totonho o meu artigo contendo reflexões sobre capitalismo, neoliberalismo, lucro a todo custo e problemas sociais. 
E, assim que acabei de ler meu texto publicado, vi um vídeo, no Instagram do Thiago dos Reis, que mostra a realidade dessa falta de limites no endeusamento do neoliberalismo e do capitalismo acima de tudo: pacientes sem recursos para pagar o hospital, nos EUA, sendo abandonados na calçada pelo estabelecimento de saúde. Em sociedades cada vez mais interligadas, não podemos achar normal a falta de limites na ambição que leva uns a dominarem outros, sem se importarem com os graves problemas sociais.
Segue abaixo meu texto:

A globalização sem volta, que há anos acontece e se intensifica em razão da complexidade das relações e do avanço tecnológico, torna-se cada vez mais incompatível com a dominação de uma nação por outra. As relações comerciais são cada vez mais globalizadas, e isso propicia mais opções econômicas para atuação dos países. E uma nação dominada por outra, seja esse domínio por que forma for, até mesmo por meio de bloqueios econômicos, acaba não se desenvolvendo como deveria, e seus problemas sociais se avolumam.
Alguns sujeitos da economia mundial, como o Fundo Monetário Internacional - FMI e o Banco Mundial - BM, por exemplo, já deram sinais sobre a importância de que sejam minimizados os problemas sociais.
Comparando a questão externa com a questão interna, em nosso país o modus operandi de dominação é o mesmo, ou seja, há um grupo econômico dominante, constituído pelas grandes corporações financeiras que envolvem os 5% mais ricos da população. Esse grupo segue buscando impor seu domínio nas pautas econômicas e tentando impedir o avanço social que o governo Lula quer impulsionar. Vemos isso, por exemplo, na questão dos altos juros que vigoram no país, que o presidente quer baixar, mas que o Banco Central insiste em deixá-los na estratosfera! Banco Central, instituição essa que, nos últimos anos, desde que se tornou autônoma, segue as determinações dos grandes rentistas e representantes dessa elite econômica dos 5% da população. De fato, essa autonomia só tem funcionado em relação à política do governo, pois, na prática, o Banco Central tornou-se refém do tal “mercado”, que representa as grandes corporações financeiras e os grandes investidores.
Acredito que, se esse modus operandi de dominação sem limites não mudar, tanto externa como internamente, os problemas sociais seguirão se avolumando. Faz-se urgente que haja mais consciência social. Há alguns meses, o presidente do Bradesco, um dos maiores bancos brasileiros, criticou os altos juros e disse que, se o País continuar com a política de taxas de juros reais mais altas do mundo, será impossível que haja qualquer desenvolvimento. Penso que sua fala se justifica pelo fato de que, talvez, ele não esteja conseguindo vender seu serviço de crédito, pois, em razão dos altos juros, as pessoas reduzem o consumo e os empréstimos caem. Não acredito que ele tenha dito isso por ter maior visão social, porém, o agravamento de problemas sociais é um dos fatores que fazem com que ele não consiga vender seus empréstimos. Os problemas sociais precisam ser encarados, por essa pequena classe de 5% dos mais ricos do país, como um dos fatores que impedem o desenvolvimento para todos e, portanto, como algo a ser combatido na sociedade. E a grande parte de deputados e senadores que representam esse pessoal também precisa acordar para essa realidade. Enquanto não houver um capitalismo com maior visão social, que promova um desenvolvimento sem domínio e sufoco de uns por outros, os problemas sociais só se agravarão e farão a economia colapsar.
O neoliberalismo, tão endeusado por esses 5% da população, mostrou não ser capaz de resolver os problemas sociais e de impedir o agravamento dos mesmos. A saída é haver mais consciência social, porém isso não se consegue no capitalismo neoliberal, e sim em um capitalismo social. Quando impera o domínio e a ganância, é impossível o atendimento das pautas sociais, pois uns acabam sendo, economicamente, sufocados, sem limite, por outros.
É muito preocupante esse padrão de domínio de uns por outros e de sufocamento de políticas públicas. Em longo prazo, a consciência social pode ser uma saída. Mas, em curto ou médio prazo, é muito preocupante o controle das pautas econômicas por esse grupo dos 5%. E, com a agravante de que toda a grande mídia faz parte e lucra muito com essa elite econômica. E com isso, acabam reverberando apenas notícias que lhes são convenientes e sob os pontos de vista com os quais coadunam.

Luciana G. Rugani 

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