Pular para o conteúdo principal

MINHA COLUNA DE HOJE NO BLOG DO TOTONHO: LIXO E MICROLIXO NAS PRAIAS

Segue abaixo meu texto de hoje no Blog do Totonho:

A razão diz que lugar de lixo é na lixeira e que qualquer lixo abandonado nas areias da praia está sujeito a ter seu conteúdo espalhado pelo vento ou por animais. Então, quando vemos uma foto como esta que ilustra o artigo, em que uma gaivota põe-se a abrir o lixo em busca de alimento, nos perguntamos: quem parece ser mais irracional? A gaivota, que cumpre a lógica do previsível, ou o ser humano que, ao abandonar o lixo, ignora-a totalmente? Claro que a gaivota move-se pelo instinto, porém podemos dizer que, neste caso, considerando a maior capacidade racional do ser humano, a pessoa que abandonou o lixo encontra-se muito mais distante da razão do que a gaivota. 
São duas coisas que observo sempre que estou na areia da praia. Uma delas é o descarte, feito por frequentadores das praias, de objetos e de lixo na areia. Algumas pessoas fazem isso por mau hábito mesmo, mas há também aquelas que, por não frequentarem constantemente o local, acham que a praia é igual a mesas de bar que são limpas logo após a saída dos clientes. Geralmente, são turistas desabituados à frequência das praias e que certamente mudariam seus hábitos, caso houvesse uma constante campanha de conscientização que envolvesse treinamento dos barraqueiros sobre consciência ambiental e sobre como alertar seus clientes acerca da questão, além de ação direta de abordagem dos frequentadores, por pessoal treinado, para lembrá-los da importância do descarte adequado do lixo. Obviamente, também a existência de lixeiras, de alguns em alguns metros, além da lixeira individual de cada barraqueiro, e de fiscalização.
Grande parte do lixo abandonado na areia acaba parando no estômago das aves e também, quando levados ao mar pela ação do vento, dos animais da fauna marinha. Esse é um dos motivos que mais contribui para a morte de peixes e de outros animais marinhos.
Outra questão que muito me chama a atenção é o microlixo que vai se perpetuando na areia, como bitucas de cigarro, por exemplo, e também o resto de objetos como cacos de vidro, palitos, etc. Certa vez, um senhor barraqueiro nos relatou o tamanho do problema e da infecção que teve quando pisou, sem querer, em um espeto de madeira. As varetas de fibra também são perigosas, e a areia está cheia de palitos, varetas de fibra, cacos de vidro, e muitos objetos cortantes. É preciso que seja realizada, com frequência, uma limpeza com peneiramento da areia. Atualmente, há uma grande variedade de máquinas próprias para isso, além de ecopeneiras de diversas capacidades. O importante é que essa limpeza fina seja frequente, pois isso com certeza reduziria muito o número de acidentes com esses objetos descartados de maneira irregular.
Sentar na areia e observar o mar é um remédio para a alma, um descanso para a vista e um relaxamento para o corpo. No entanto, a quantidade de lixo e de objetos cortantes na areia acaba roubando nossa atenção e nos conclamando a refletir e a destacar a urgência e a relevância de um maior cuidado com nossas praias.

Luciana G. Rugani
Acadêmica da Academia de Letras e Artes de Cabo Frio - ALACAF e da
Academia de Letras de São Pedro da Aldeia - ALSPA

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

4ª EDIÇÃO DO BARALHARTE - DISCUSSÃO DE TEMAIS DA ATUALIDADE

Ontem, sábado, aconteceu a 4ª edição do BARALHARTE!  Trata-se de um encontro de debatedores sobre quatro temas atuais, representados pelos quatro naipes do baralho e por quatro regiões diferentes de nosso país. Cada debatedor leva um tema que será debatido pelos demais e também por convidados presentes. Os debatedores desta edição foram eu, Luciana, representando o estado do Rio de Janeiro, Gilvaldo Quinzeiro, representando o Maranhão e Amaro Poeta, representando Pernambuco. Fernanda Analu, representando Santa Catarina, em razão de um compromisso de última hora, não pôde participar. Mas contamos também com as convidadas Mirtzi Lima Ribeiro e Valéria Kataki e com os convidados Hairon Herbert, Julimar Silva, Ricardo Vianna Hoffmann e Tarciso Martins. Agradeço a Gilvaldo Quinzeiro pelo convite e pela oportunidade de participar de um encontro tão engrandecedor, oportunidade que temos para aprender muito sobre variados assuntos. Cliquem abaixo para assistir: Luciana G. Rugani

POESIA PARA DUAS IRMÃS

Duas irmãs, Dois corações, Duas almas que trilham o mesmo caminho: de amor, fé e união. Impossível tratar aqui só de uma delas, Suas histórias se completam. Nos olhos de uma vejo a alegria que se estampa no sorriso da outra, No abraço de uma sinto o acolhimento que se estende à presença da outra. Duas almas plenas de sensibilidade, Que sabem amar e viver com alegria, Que sabem cultivar a luz nos seus dias, E, ainda que chegue a noite, Será sempre iluminada pelas estrelas. Porque a escuridão nada é, Perante a força que emana dessa união. Luciana G. Rugani

POEMA CIGANO

Navegando pela internet encontrei uma música cigana francesa simplesmente maravilhosa: "Parlez Moi D'elle", cantada por Ricão. Encontrei também um poema cigano encantador! Escolhi ambos para compor essa minha postagem que fica como uma singela homenagem ao povo cigano. Abaixo da foto segue o vídeo com a música e o poema logo abaixo. Assistam ao vídeo e leiam o poema. São maravilhosos! POEMA CIGANO Sou como o vento livre a voar. Sou como folha solta, a dançar no ar. Sou como uma nuvem que corre ligeira. Trago um doce fascínio em meu olhar. Sou como a brisa do mar, que chega bem de mansinho. Sou réstia de sol nascente, sou uma cigana andarilha. O mundo é a minha morada, faço dela minha alegria. A relva é a minha cama macia, meu aconchego ao luar. Acendo a luz das estrelas, salpico de lume o céu. Sou livre, leve e solta, meu caminho é o coração. Sou musica, sou canção, sou um violino à tocar. Sou como fogo na fogueira, sou labaredas inquietas. Sou alegre, sou festeira, trago...