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ANTOLOGIA FLORES LITERÁRIAS - POEMA: à beira-mar

Ontem (13) aconteceu o lançamento da IX Antologia Poética Flores Literárias "Entre Marés e Memórias - Versos de Mar e Sol" , como parte da programação da décima edição da Festa Literária Cabo-friense 2025 - FLIC 2025. Participo com meu poema "à beira-mar".
Temas relacionados ao mar e à paisagem praiana muito me inspiram. Gosto muito, tanto que esta já é a terceira antologia da qual participo com este tema.
Foi uma festa linda o lançamento, assim como foi toda a programação da FLIC. É muito bom ver a literatura tomando força em Cabo Frio e agregando novos escritores e novos artistas a cada ano. A FLIC é organizada pelo coletivo Flores Literárias, na pessoa de Jaqueline Brum, a quem parabenizo pela iniciativa e pela persistência durante toda esta década.
Quero também agradecer ao coletivo pelo "Troféu Flores Literárias 2025" , prêmio que recebi por minha atividade literária. Acompanho o coletivo desde a primeira antologia, o vi crescer e florescer, portanto é gratificante receber o reconhecimento do Flores por todos estes anos juntos.

à beira-mar 

saudade viva de paisagem não vivida
nada consciencial
quiçá um registro akáshico ou astral
a moldá-la tão real

o pescador morava à beira-mar
E para ali morar
bastava querer e gostar

o vento livre a soprar
os dias de pesca e de sal 
vivos eram a passar

larga praia da barra
restinga extensa e florida
reduto de moleques a brincar
o mar azul a ondear
prisca era a reverberar

o mar das sereias
das rainhas do mar
o mar de yemanjá

seres marinhos dele vivem a cuidar 
parecem em suas ondas bailar
e a um mergulho convidar
mas somente aos que o saibam respeitar 

em dias atuais
ali o pescador não mora mais
a restinga, apenas a salpicar
e a larga praia a se estreitar

estreitam também os habitantes
em sua orla a morar
somente os poucos que muito possuem
em moradas de custos exorbitantes
como tocas vazias
e sem amor pelo mar.

o mar segue o mesmo a ondear
ainda que nos corações em terra 
seja o frio a reinar
ou insistam os seres em se espinhar
ele segue a brincar
com rainhas e seres do mar

o vento nordeste ele abraça
a mostrar que naquele lugar
o sudoeste não grassa

dias dourados de sol
sinalizam bonança que chega
como a lembrar 
que a vida ali aconchega
a vida ali se refaz
e segue a ondear
tal quais as águas do mar

Luciana G. Rugani

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